…. e promove também a campanha brasileira de mesmo nome!
Paul McCartney realizou seis shows no Brasil no mês de novembro, seu último show foi ontem (26) em São Paulo.
Paul é tido pela mídia internacional como um apoiador do “vegetarianismo” e pai da campanha Meat Free Monday (Segunda Sem Carne) na Grã-Betanha, segundo informações do Portal G1, a campanha é uma tentativa de combater as mudanças climáticas, pois a redução do consumo de carne bovina, suína e de aves é frequentemente proposta como maneira de diminuir as emissões de gases.
No exterior, a campanha Segunda-Feira Sem Carne (Meat Free Monday) chega até mesmo a promover, como um dos fatores para se aderir a campanha (que prega um consumo moderado de carne): “salvar algumas moedas”. Sim, economizar dinheiro!
Economizar uma grana ao trocar um pouco a carne por lentilhas, soja e grão-de-bico.
Engana-se quem acredita que quem precisa ser salvo são os animais, para a campanha isso não está em questão. Aliás, grande engano “nosso”, os animais estão inseridos nela sim, mas não por coincidência estão presentes como o último “fator” a ser considerado como motivação. Último na consideração, último na mensagem: faz sentido.
No site oficial da campanha podemos encontrar receitas com derivados de animais, como o queijo ricotta, ovos e leite em algumas receitas.
No Brasil, a campanha também dá seus tropeços no antropocentrismo e flexitarianismo ao promover a redução apenas da carne e apenas na segunda-feira, ou como seu slogan culinário mesmo prega (“novos sabores”), em alusão aos pedaços de animais tidos como antigos “sabores”, ou alusão a busca de novos ou “sabores” para outros dias da semana (onde o consumo de produtos animais é incentivado).
Informação que não é (e não deveria) ser surpresa (!), por ser uma iniciativa de uma Sociedade Dietética Flexitariana e não de uma organização pelos direitos animais ou com foco real no Vegetarianismo / Veganismo.
• A própria campanha brasileira divulgou o lançamento do livro da Meat Free Monday (Segunda Sem Carne) no Brasil, que contém conteúdo ovo-lacto, como alertou na época alguns blogs do meio vegetariano.
Segue abaixo a descrição do livro no Brasil:
“A ideia de um dia sem carne por semana é algo factível para a maioria das pessoas, uma meta que pode ser alcançada com relativa facilidade. E são tantas as razões importantes para aderir a esta campanha que, além de fazer bem à saúde e ao orçamento familiar, essa é uma atitude que beneficia o planeta. Com ‘Segunda sem Carne’, o livro e cardápio oficial da campanha, esse desafio prazeroso se tornará uma meta facilmente alcançável que, além dos muitos benefícios, ainda proporcionará a possibilidade de ampliar os horizontes culinários. O leitor vai descobrir como compor 52 cardápios para eliminar a carne um dia em todas as semanas.”
Veja também essa Sinopse que é de cair o queixo (dos animais explorados para consumo de derivados):
“Este livro traz receitas como – ovo cozido mole com aspargos, tabule, nhoque de batata-doce com pesto de rúcula, salada de quinoa com tomate assado, panquecas com mirtilos, entre outras.”
Durante toda a turnê do Paul McCartney, a equipe da SVB esteve presente divulgando a campanha com banner da campanha Meat Free Monday e os mascotes da campanha brasileira, o que seria muito bacana se fosse para divulgar o Vegetarianismo (alimentação baseada em vegetais – sem a inclusão de derivados) ou o Veganismo (modo de vida em respeito aos animais).
Vale ressaltar que participar de shows de figuras ilustres como Paul McCartney não configura em fazer ativismo (ou ser ativista), conforme foi divulgado pelo Portal Vista-se, até por que se ativismo fosse isso (participar de um show de um artista internacional), muita gente faria. É importante que lutemos para que até o conceito de ativismo não seja também distorcido (como muitos outros pelo qual a SVB e parceiros colaboram com a distorção).
Nota do Portal: É uma pena que grupos, ONG’s, sociedades, empresários e portais autoproclamados veganos ou vegetarianos “não se atentem” para o impacto negativo de mensagens antropocêntricas e flexitarianas no entendimento do público sobre o Vegetarianismo e o Veganismo e também na vida de bilhões de seres sencientes que dependem de nós e das nossas ações para serem libertados.
Existe uma grande diferença entre pessoas (sem conhecimento e orientação) adotarem caminhos diversos para chegarem ao vegetarianismo (baseado em vegetais) e é totalmente diferente quando sociedades dietéticas, empresas, sites e celebridades que se colocam como representantes do vegetarianismo e veganismo no Brasil promoverem uma campanha gritantemente antropocêntrica e flexitariana (oposto ao conceito de Direitos Animais) como o primeiro e único passo a ser dado.
É muito mais problemático organizações e empresas propagando essa mensagem do que indivíduos isoladamente, pois trata-se de uma campanha massiva, que visa dialogar com a grande massa com um conteúdo maquiado de “pelos animais” com propostas não-animalistas (incentivando um livro com receitas de produtos de origem animal como ovo e queijo).
Esconder o veganismo das pessoas, ou propagar um vegetarianismo distorcido sobre a justificativa de um fácil convencimento popular é desacreditar na capacidade das pessoas de compreenderem a realidade, é uma ofensa a capacidade de reflexão e atitudes das pessoas e pior tudo isso a custo do sofrimento de bilhões de animais que morrem nos outros dias da semana (terça, quarta, etc) e também daqueles que morrem para o consumo de derivados no dia que é incentivado pela campanha Meat Free Monday (Segunda Sem Carne).
Nosso papel – como vegetarianos, veganos ou ativistas – é de passar a informação honesta e completa para as pessoas sobre a realidade do meio ambiente, a realidade dos animais e cabe a elas, decidirem se vão se tornar veganas de um dia para o outro ou após alguns meses e jamais, jamais (!) devemos promover o comodismo (apenas um dia e apenas sem carne) como um passo a ser feito e incentivado e ainda mais com a justificativa falsa de estar “ajudando os animais”. As pessoas podem mais!
Pessoas determinadas que poderiam se tornar veganas de um dia para o outro (como muitas fizeram), por exemplo, deixam de se tornar veganas de imediato por terem contato com uma campanha que esconde o veganismo, que não tem o veganismo em sua base, nem em suas mensagens.
Temos a obrigação de tratar esse assunto com seriedade e a urgência que lhe compete promovendo os direitos animais e incentivando o veganismo, e cabe as pessoas que recebem a informação analisarem se farão a transição de um dia para o outro ou em algumas poucas semanas. Nosso apoio deve estar na direção de ajudar essas pessoas no processo de transição da alimentação e de outras práticas para o veganismo abolicionista e ajudar o máximo possível para garantir uma mudança rápida (que os animais precisam) e segura (que os humanos precisam).
Alguns apoiam a campanha para garantirem a continuidade de seus acordos selados (contratualmente ou não), por motivos de status, fama, coleguismo, marketing, oportunidade, dinheiro e outros, variando de pessoa para pessoa (física e jurídica), algo que não saberemos dizer e apontar precisamente, mas que é escancarado para quem observar e analisar.
E, claro, algumas pessoas apoiam por pura ingenuidade e para essas pessoas que realmente se importam com os animais, pedimos encarecidamente que reflitam sobre a mensagem e as relações dessa campanha e a verdade virá a tona.
Obs: Os posts relacionados abaixo ajudam a compreender todo conteúdo acima!
“A libertação animal não virá de um cavaleiro branco saindo do céu, muito menos de campanhas antropocêntricas que mantém o status quo de propriedade dos animais (novos sabores), virá de muito empenho abolicionista e trabalho sério na propagação dos Direitos Animais e Veganismo!”
Avante, #libertação!
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