Um pouco do que tenho visto e pensado a caminho de Brasília
A caminho de Brasília uma fazenda em especial me chamou a atenção, estava com um enorme letreiro escrito JESUS, veja, muita atenção agora, nesta parte não estou a difamar ou a colocar em pauta a existência ou não de divindades e sim a discorrer sobre as interpretações equivocadas que as pessoas fazem, oras bolas, por que um letreiro desse em meio a uma fazenda-matadouro?
Fico impressionado com as pessoas que pedem misericórdia de Deus, mas não tem misericórdia daqueles para o qual elas são um Deus: os outros animais.
De qualquer forma, não as culpo, afinal, essa é a cultura pela qual fomos criados (o que também não justifica, pois somos livres e o ser humano muda constantemente, isso está em nossa essência), principalmente aqui no Brasil temos esta cultura, com toda essa educação católica (entre outras), uma educação antropocentrista (homem é o centro do universo) algo muito reforçado pelas religiões, pela maioria delas, e algo também egoísta do ponto de vista dos outros seres e do planeta que são subjugados exatamente devido a esse pensamento de superioridade humana onde o homem se faz a imagem e semelhança de Deus e os outros seres que estão aqui, “não estão” por seus motivos próprios (como nós mesmos estamos), mas o pensamento é de que eles não, que não estão para seus propósitos particulares, que estão para serem explorados e servir ao nosso bel prazer. “Leve” engano.
O homem tortura os outros seres que considera inferior a si, destrói o planeta e o pior de tudo é sempre jogar a culpa no outro, nunca vê o seu impacto social e ambiental, principalmente, na prática de consumo que é a maior ferramenta que a sociedade tem em mãos, o consumidor que dita as regras. Em parte, falta realmente ferramentas para tornar claro o impacto socioambiental do que consumimos, mas nada tira o peso da falta de interesse e consciência das pessoas.
Mas, retomando ao antropocentrismo e que também é intimamente ligado, senão, a “mesma coisa” ao especismo (preconceito da espécie humana de subjugar outras espécies), semelhante a visão de superioridade do homem branco para com o homem negro (racismo) ou do homem para com a mulher (machismo), algumas pessoas ainda tiveram a oportunidade de tirar essa venda especista dos olhos, outras ainda não, por não ter contato, informação ou até mesmo um pouco de reflexão sobre suas atitudes, seja ela algo aparentemente banal, como ir aos supermercado comprar pedaços de animais para servir no jantar (digo pedaços, pois se disser carne, a ligação entre o “alimento” e o animal não será feita) ou até mesmo ao ato de criar animais para serem mortos e comercializados, como é o caso da fazenda jesuíta mencionada acima.
Quem tem “os olhos vendados” e não faz a conexão “animal não é alimento”, “pecuária é a atividade mais poluente do planeta” (não sou eu que digo é a Organização das Nações Unidas, ok? – saiba mais aqui), “estou prejudicando os animais, o meu corpo, minha saúde, minha mente e para alguns minha alma”, ainda sim, essas pessoas podem (talvez) estar isentas dessa culpa, por não terem tido acesso a informação necessária para essa reflexão, mas se tem alguém que eu não ligaria de apontar o dedo é para aquele que sabe que é errado, mas prefere ficar no comodismo e não fazer nada contra o especismo (afinal, deixar de consumir é apenas deixar de praticar um mal, não tem caridade nisso, ser vegano não é algo máximo, é simplesmente uma postura de consumo, de não consumir algo maléfico para todos), isso serve para vegetarianos que não são ativistas e se acham o máximo e AGORA, finalmente, para VOCÊ que não é vegetariano vegano, que antes de ler esse texto até não sabia dessas informações e poderia usar as desculpas já citadas, mas agora já sabe e pode mudar, basta querer!
😉
Importante: O veganismo tem motivações de sobra para qualquer pessoa se interessar sobre o assunto, a base moral do veganismo é os direitos animais, mas o veganismo também tem seus benefícios em outras esferas, ele é algo viável a todos, questões sociais, ambientais e individuais (saúde), cabe a cada um procurar o que mais lhe interessa e procurar se informar, ao que de fato, mais lhe atrai e terá um “empurrão” plausível necessário para ter uma vida livre de crueldade animal.
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