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Nessa terça-feira no Programa Meio Ambiente por Inteiro da TV Justiça o tema-debate foi sobre as implicações éticas, ambientais e sociais do uso dos outros animais para “nosso” vestuário (couro, peles etc).

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O ‘debate’ contou com a participação especial de Bruno Pinheiro do FALA Brasília (Frente de Ações pela Libertação Animal) e Mara Moscoso do Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal.

Apesar do não comparecimento (por que será né?) do representante da indústria do couro, o que impediu de que acontecesse um debate entre os participantes, portanto, houve praticamente uma entrevista aos demais participantes que discorreram livremente sobre o assunto, visto que por motivos claros de não ter justificativas e argumentos plausíveis os participantes por parte da indústria não compareceram.

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Bruno então comentou inicialmente sobre as implicações ambientais e sociais da indústria:

“desenvolvimento sustentável é aquele que atende nossas necessidades sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades, a indústria do couro e, consequentemente, a pecuária, são sinônimos de desenvolvimento insustentável, pois a produção de couro agride o meio ambiente, a saúde dos trabalhadores e consome muita água, esta água que, por sua vez, está acrescida com os produtos químicos utilizados no processo e que não reagiram completamente durante o processamento, gera efluentes com alto poder de contaminação e degradação do meio ambiente.”

Essa geração de resíduos líquidos, gasosos e sólidos, sendo que o alto consumo de água como insumo no processo produtivo, gerando volumes significativos de efluentes tóxicos, é o ponto crucial dos impactos ambientais do ‘beneficiamento’ do couro (um processo com grande potencial de agressão ambiental).

O processo de curtimento do couro requer inúmeros produtos químicos tóxicos, como o Cromo e Sulfato, que podem resultar em irritações na pele, olhos, e trato respiratório, além de cânceres e problemas neurológicos dos trabalhadores e comunidade próxima.

Em contrapartida, existem inúmeros outros tecidos bons e sustentáveis para o inverno, e pessoas conscientes sabem que, para serem bonitas, não precisam pagar outros para matarem, esfolarem e roubarem as peles de outros animais.

Gigantes do setor de calçados, como Timberland e Nike, não vão mais usar couro de áreas de desmate na Amazônia. A decisão das empresas foi tomada após a publicação do relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, pelo grupo ativista Greenpeace. O levantamento aponta a relação entre empresas frigoríficas envolvidas com desmatamento ilegal e trabalho escravo e produtos de marcas reconhecidas, vendidos também no mercado internacional.

Bruno também citou sobre os Projetos de Lei que estão em tramitação no Congresso Nacional e finalizou o debate abordando as implicações éticas, parafraseando o Gary Francione:

1) PL que proíbe o abate de chincila para comércio de sua pele;
2) PL que proíbe o uso de peles em desfile de modas;
3) PL que prevê o incentivo do Poder Público a campanhas contra o uso de peles de animais em roupas.

“Quando se trata dos outros animais, nós, os humanos, manifestamos o que pode ser descrito como uma ESQUIZOFRENIA MORAL: dizemos uma coisa sobre como os animais deveriam ser tratados, e fazemos outra.

EMBORA DIGAMOS concordar com a ideia de que é errado infligir sofrimento ‘desnecessário’ aos animais [seja por motivo de prazer, diversão ou conveniência], NÓS MATAMOS bilhões de animais não-humanos anualmente por motivos que não podem ser considerados de ‘necessidade’.

NÃO É NECESSÁRIO, em nenhum sentido, comer animais ou outros produtos de origem animal, muito menos nos vestir de restos de animais. Nossa ÚNICA JUSTIFICATIVA para a dor, o sofrimento e a morte impostos aos bilhões de animais não-humanos que nos servem de alimento é esta: nós SENTIMOS PRAZER com o gosto da carne e dos laticínios, além do status em usar suas peles e couro.

E SE REALMENTE LEVAMOS A SÉRIO a ideia de que é errado infligir sofrimento desnecessário aos animais não-humanos, NOSSO PRAZER E NOSSO STATUS em comer produtos de origem animal NÃO PODE ser uma justificativa moralmente aceitável.

O programa da TV Justiça será televisionado em março e somente depois disponibilizado no youtube.

 

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