Matar pode ser legal, mas não há argumento ético que possa sustentar e legitimar tal ato, a não ser quando quem morre por suas mãos estava a ameaçar sua vida.
Isso vale para Cecil, do mesmo modo que vale para todos os seis bilhões de animais que matamos aqui em nosso país, dentro da lei, para consumo humano, e para os 70 bilhões de animais indefesos mortos ao redor do mundo para satisfazer apetites humanos, animais absolutamente inocentes, que não estão ameaçando a vida de ninguém.
Quando o Estado define uma área onde matar um animal é “permitido” (legal), esse mesmo Estado não tem como controlar a pisada na linha divisória, nem impedir que os “caçadores” violem a marca e matem o animal, digamos, cinco centímetros além da linha divisória.
Se Cecil não fosse um animal famoso, poucas pessoas estariam sentindo compaixão por sua vida abatida. E a maioria das pessoas, de fato, não tem compaixão alguma por todos os animais que fatia e engole todos os dias.
Especismo eletivo não pode sustentar uma moralidade que queira ser ética. Só a compaixão abolicionista pode defender a vida de todos os animais, dos que são comidos e dos que são usados para qualquer outro propósito.
Deixe uma resposta