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Artigos, Artigos sobre Direitos Animais.

Não há Veganismo sem Direitos Animais!

“Considerações sobre os últimos Especismos no meio Vegano!” ou “O que podemos aprender com os últimos acontecimentos Relativistas que impactam diretamente os Animais e o Veganismo?”.

Sempre fico me perguntando: “O que mais precisa acontecer para as pessoas se atentarem sobre a importância dos Direitos Animais (como conceito teórico e prático)?”.

Para alguns protetores, protovegetarianos, veganos e veganas parece que a exploração animal por si só não é suficiente como um Grande Fator para se inteirarem sobre os Direitos Animais.
É triste notar que há muitos vegetarianos e veganos, que não sabem um mínimo suficiente sobre Direitos Animais. Justamente a parcela da população que mais deveria saber o tema.

No entanto, quando acho que já vi de tudo (especista) nessa vida (vegana). Eis que me surgem casos novos. Talvez, alguns leitores não saibam de todos esses casos e as pessoas envolvidas neles, mas não importa, vou citar as pérolas abaixo para contextualizar os fatos e seguirmos adiante na reflexão.

– “Veganos” defendendo o consumo de mel ecológico ou ignorando que abelhas sejam animais;
– Veganos incentivando o Flexitarianismo como algo “ético” a ser incentivado;
– Veganos – coordenadores de entidades conhecidas – defendendo abertamente o Bem-Estarismo;
– “Veganos” defendendo o consumo de ovos orgânicos e de galinhas criadas sem gaiola;
– Portal sobre Veganismo com apoio de alguns veganos compram boi de pecuarista;
– Proprietária de loja de produtos naturais cria produto “Lacto-Vegan“;
– Coordenadores “veganos” de uma entidade nomeada como “vegetariana” investem em empreendimento com laticínios;
– Sítio conhecido como um Santuário de Animais doa ovos para consumo humano;
– Pessoas veganas compram animais debaixo da “justificativa” de resgatá-los;
– Atleta conhecido como “atleta vegano” defende a pesca de animais para consumo;

Eu poderia tratar de cada caso em específico para apresentar argumentos mais fortes sobre cada um deles, entretanto, os diversos textos publicados no Portal Veganismo sobre Especismo, Senciência, Veganismo, o impacto do consumo de ovos e leite, já respondem umas séries de dúvidas que as pessoas possam ter.

Vou tratar dos casos citados de forma conjunta e elucidar minhas considerações de forma genérica, em seu sentido abrangente, pois há diversos pontos que os unem em uma categoria problemática só, independente de suas particularidades e dos relativismos usados na intenção de criar uma defesa (“desculpas”) de cada uma dessas práticas.

Existe um preconceito enraizado (Especismo) e um modelo de pensamento hegemônico (Antropocentrismo) que sobrevoa a sociedade e consequentemente o meio Vegano e o movimento de Direitos Animais. Entender sobre ambos é fundamental para essa reflexão e para visualizar com clareza os erros das atitudes citadas acima.

A discriminação Especista acredita que os outros animais – que não são humanos – não possuem direitos por serem de outras espécies e não da espécie humana. O Especismo baseia-se nessa premissa de diferença de espécie para justificar atitudes que utilizem animais, como o uso deles para “entretenimento” (rodeios, circos, zoológicos), a tradicional alimentação conservadora (carne, ovos, leite, mel, etc), vestuário com peles, trabalho, comercialização de seus corpos (vivos ou mortos), caça, pesca, vivissecção, zoofilia, confinamento e toda atividade que envolva colocar animais não-humanos (indivíduos sencientes como nós) em condição de propriedade.

Já o Antropocentrismo é a ideia da superioridade humana. É a ideia que faz seus seguidores acreditarem que o “Homo Sapiens” é algum tipo de espécie mais evoluída, poderosa, o centro do Planeta e partindo dessa falsa grandeza poderia usar, explorar, escravizar todos indivíduos que estão abaixo da espécie humana.

O Especismo (discriminação) e o Antropocentrismo (modelo de pensamento) podem ser facilmente notados nos acontecimentos listados. Notem que em todos esses casos os interesses humanos prevalecem, ora por uma distorção de conceitos importantes para a causa, ora por uma confusão de que o Veganismo seria uma proposta de redução de impacto ambiental e, portanto, pescar animais em pequena escala ou “mel ecológico” não seriam problema – dentro desse ponto de vista distorcido sobre o Veganismo (Direitos Animais).

Ora por que não compreenderam a premissa “animais não são produtos, nem alimentos”, consequentemente, comprar animais independente da finalidade ou intenção é errado, ora por uma confusão de que o problema enfrentando pelos animais seja a CRUELDADE para com eles e não o USO deles por si só, acreditando que o Veganismo seja somente uma posição contrária a violência aos animais e que ele não inclua uma oposição também a condição de “propriedade humana” imposta aos animais não-humanos.

Faço então um reforço: A crueldade é uma parte do problema. O Especismo é a raiz.

O mal deve ser cortado pela raiz. A sociedade precisa compreender que o foco da luta do movimento pelos Direitos Animais é o combate ao Especismo, que ele é o responsável pelas desculpas criadas para que a exploração animal seja possível e praticada em todos os níveis para todos os interesses possíveis.

O movimento de Direitos Animais precisa crescer e avançar, avançar com qualidade. Para que essa mudança aconteça e a sociedade possa começar a discutir seriamente o Veganismo, será necessário antes que os próprios veganos e veganas passem a levar a sério essas premissas e parem com todo relativismo e flexitarianismo perante os animais que dizem defender.

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Abandonar o uso de animais para alimentação, vestuário, cosméticos e buscar a abolição da exploração em outras práticas é fundamental para uma sociedade realmente ética para os animais. Rever o próprio Especismo e o Antropocentrismo também.

Há muito especismo e antropocentrismo na ideia de que animais ou seus derivados sejam para alimentação humana – independente da forma em que foram obtidos, via supermercado ou doação.

Há muito especismo e antropocentrismo na ideia de que animais podem ser mortos para consumo próprio em pequena escala, seja através da caça ou da pesca. Arrancar um animal de seu habitat abruptamente e o puxar através de um ferro que está perfurando sua boca é uma tremenda covardia. Extremismo é isso! Arrogância é isso!

Algumas pessoas defendem que “rótulos” são desnecessários, mas não trata-se de rotulagem quando estamos falando “do que é e do que não é vegano” ou melhor do “que é coerente com os Direitos Animais ou não”, pois não estamos a falar de questões supérfluas. Trata-se de conceitos. Conceitos sérios de uma proposta ética, política, abolicionista, vegana.

Apegar-se a esses conceitos, estudá-los, refletir sobre eles e passar adiante é fundamental. Fundamental para compreender como as coisas se dão e por que ocorrem para então poder transformá-las. Ou, na pior hipótese, para pelo menos não cometer as mesmas atrapalhadas acima, gerar confusão na mente das pessoas sobre os conceitos, dificultar ainda mais o crescimento da causa e ainda se achar vegano, justo ou uma pessoa que se importa com os animais.

Somente poderemos mudar aquilo que conhecemos e é preciso conhecermos mais sobre a teoria e prática dos Direitos Animais se quisermos realmente uma sociedade animalista.

Não há outro caminho. Será necessário leitura, estudo, foco em buscar informações e reflexões.

Eis a importância de pensadores, filósofos, historiadores, estudiosos diversos para a causa animal.

Desde sempre quando as pessoas que ainda não eram veganas e estavam abrindo sua mente ao tema e me questionavam de como deveriam fazer para se tornarem veganas, o que para a mente delas queria dizer mais ou menos isto: “O que vou poder comer agora?”.

Eu sempre respondo: “Coma informação, livros, textos, artigos sobre Direitos Animais”.

“Alimente-se de informação”, o resto vem naturalmente, vem com o tempo, com o estudo, com a prática, vem do convívio com outros do próprio meio – mesmo que seja pela internet.

Informar-se sobre Direitos Animais é buscar a energia necessária para a combustão Vegana!

As pessoas querem atalhos, querem o mais fácil, mas isso as tornará incompletas. Se faltar informação, faltará consciência, logo, faltarão também atitudes conscientes para esses futuros veganos/as. É exatamente essa ausência de conhecimento que faz com que as pessoas – mesmo se declarando Veganas – continuem a pensar e agir de modo especista como puderam notar em alguns dos casos listados acima.

Simplesmente por que mudaram seus hábitos alimentares e mudaram os produtos que compram para uso próprio, mas não mudaram o mais importante: suas próprias mentes.

É duro para alguns ouvir, mas é necessário – pelos animais – falar e refletir:

“Não há Veganismo sem passar pelos Direitos Animais”.

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