Animal não é objeto de cenário, animal não é objeto!
Ativistas da Organização de Direitos Animais VEDDAS realizaram um ato nessa quinta-feira (13), durante a peça teatral “Eu não sou bonita” da atriz Angélica Liddell apresentada no teatro Cacilda Becker, que tem como parte do seu elenco um cavalo branco.
Os ativistas subiram ao palco e, ao lado da atriz em cena, suspenderam cartazes com frases em protesto ao uso de cavalo que permanece em cena durante toda a apresentação.
Após alguns minutos, as luzes se acenderam e parte do público se levantou incomodada com a ação. Com um certa negociação, os ativistas fizeram o uso do microfone explicando ao público que animais não são objetos para serem exibidos em cena e apontando a incoerência de haver uso e exploração de animais em uma peça teatral que pretende fazer uma crítica à opressão feminina em uma sociedade patriarcal (machismo). Também foi esclarecido ao público que a peça em questão estava em desacordo com a Lei Municipal 14014/05 que proíbe a presença de animais em circos e espetáculos artísticos congêneres. Dado o recado, os ativistas se retiraram do teatro recebendo o apoio de parte do público presente que passou a entender a importância do ato.
Havia muitos jornalistas presentes na plateia, visto que era a estreia da peça, o que gerou rapidamente uma repercussão nas redes sociais com opiniões diversas sobre o ato. Grandes veículos de comunicação como a Folha de S. Paulo reportaram o caso e com comentários favoráveis aos Direitos Animais: “Só quem não se comove com a peça é o cavalo, que não para de mastigar alfafa e parece se incomodar a cada vez que ela quebra um objeto ou grita”. Também estavam presentes na plateia críticos de arte, artistas e diretores de espaços culturais.
Veja o vídeo da ação:
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Segundo a ativista Chris, que falou ao microfone, essa peça foi escolhida porque nela consta o uso de um animal senciente em cena e o animal é explorado quando ele é usado como propriedade e objeto em benefício do ser humano. Todo entretenimento é maus-tratos, nesse caso específico o animal foi usado num espetáculo teatral, pode se desprender a sonoplastia alta, o stress do transporte, confinamento por estar preso por uma corda, que o impedia de ir e vir, aprisionado por um cercado, temperatura quente pela luz cênica, os poucos minutos que fiquei no teatro já se notava a inquietação no comportamento do cavalo por estar nessas condições e sua pupila em estado alterado.
Perguntado sobre o feminismo ela declarou que vê como necessário todo movimento de luta que busca direitos de respeito e livre expressão do ser, mas não é certo fazer isso em detrimento de outro ser como a peça fez. E creio que a mensagem para uma reflexão sobre os Direitos Animais para os atuantes do setor artístico e para o público presente que insistem na contribuição da exploração animal, tenha sido despertada e reforçada.
Nota da Redação: É importante frisar que ativistas de direitos animais não são contra o movimento feminista e que esse ato inclusive foi pensado e realizado por uma maioria de mulheres da ONG, que lutam por Direitos Animais e Sociedade como um todo.
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