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José Cláudio: Líder extrativista do Pará foi assassinado por defender a Natureza.

É assim que era conhecido José Cláudio ou o Zé da Castanha e que graças às suas denúncias, pelo menos 10 serrarias de castanheiras foram fechadas na região, cinco delas em Nova Ipixuna.

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As árvores, protegidas por lei, têm sido insistentemente derrubadas por madeireiros e carvoeiros para produção de madeira e carvão vegetal. Serrarias já foram autuadas pelo Ibama por beneficiar madeira retirada ilegalmente do assentamento Praia Alta da Piranheira, onde ele morava.

 

Código Florestal e outros crimes
O duplo assassinato aconteceu no mesmo dia (24/05/2011) em que ocorreu a votação no Congresso do destaque 164 do Código Florestal proposto pelo PMDB ao texto do relator do Código, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que anistia quem desmatou mata nativa em Áreas de Proteção Permanente (APPs) até o ano de 2008.

Os irmãos José Rodrigues Moreira, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento foram presos pelo duplo homicídio do casal extrativista.

“José Cláudio era uma pessoa incrível, lutador, muito inteligente. Tinha plena consciência do risco que vivia. Mas também sabia que a única coisa que poderia fazer era lutar e denunciar, mesmo que isso fizesse com que lhe tirassem a vida. Como veio a acontecer. Não pode, mais um crime desses na Amazônia, ficar impune”, diz Felipe Milanez, jornalista que viajou até Nova Ipixuna para falar com Zé Castanha.

 

Onda de mortes
Alguns dias após a morte dos extrativistas, o lavrador Eremilton Pereira dos Santos, 25, que morava no mesmo assentamento do casal, foi encontrado morto. No dia 1º de junho, um lavrador de 33 anos foi assassinado em Eldorado dos Carajás.

Inicialmente, a polícia afirmou que não havia relação entre as mortes, mas depois disse que a sequência de assassinatos seria uma estratégia dos responsáveis pelos crimes para atrapalhar a investigação policial.

Para conter a onda de violência, o governo federal decidiu enviar a Força Nacional de Segurança, além do Exército e Polícia Federal, para o sudeste do Pará e para o oeste de Rondônia, onde Adelino Ramos, liderança do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), foi assassinado enquanto vendia verduras em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho (RO), em 27 de maio do ano passado –na época, o principal suspeito pelo crime foi preso.

Na véspera da chegada das tropas, em 9 de junho, o camponês Obede Loyla Souza, 31, foi morto no acampamento Esperança, em Pacajá (PA).

Confira a chocante Palestra de José Cláudio no TEDxAmazônia
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Inspiração: Eco Amazônia / AfroReggae / Veja Abril / UOL

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