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Bem-estarismo é essa aberração contrária aos direitos animais que vocês podem ver com a Humane Society of the United States

Depois de muitas denúncias de maus-tratos de animais, o circo Ringling Brothers libertou e enviou os elefantes, neste mês, para uma vida de lazer na Flórida. Outro caso recente foi o anúncio do SeaWorld sobre o fim de seu programa de reprodução de orcas (que na prática é uma enganação publicitária).

Em abril, o Walmart respondeu a preocupações sobre o “bem-estar animal” e disse que iria comercializar apenas ovos (cage-free). Várias decisões semelhantes têm ocorrido recentemente e mostram uma revolução humana, diz o The New York Times, conforme traduzido pela ANDA.

Na linha de frente delas, está Wayne Pacelle, presidente da Humane Society dos Estados Unidos. Ao intimidar as empresas a fazerem o seu melhor e cooperar com aqueles que o fazem, Pacelle descreve sua abordagem em seu novo livro “The Humane Economy”.

Ele mostra que essas mudanças corporativas têm um grande impacto e alega que o Walmart e o McDonalds fazem mais pelas condições de vida dos animais em um dia do que um abrigo de animais faz em uma década.

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O assunto é extremamente polêmico. Para o colunista do New York Times, Nicholas Kristof, às vezes, a melhor maneira de organizações conseguirem resultados em uma escala maior é por meio de parcerias com grandes empresas.

“Às vezes, os críticos enxergam isso como um compromisso moral; negociar com o mal em vez de derrotá-lo. Eu vejo isso como pragmatismo. Pacelle diz ser vegano há 31 anos, mas coopera com empresas de fast-food para melhorar as condições dos animais criados para abastecer a indústria”, escreve o colunista.

O presidente da Humane Society também alegou que é preciso acabar com as péssimas condições dos animais agora e, uma vez que isso for resolvido, as pessoas podem discutir sobre uma alimentação sem animais.

A preocupação das empresas em relação à opinião pública também está mudando. No setor de comércio de animais domésticos, duas redes, a PetSmart e a Petco prosperaram sem aceitar as norma da indústria para venda de cães e gatos vindos de fábricas de filhotes e de outros criadores de massa.

Em vez disso, desde os anos 1990, as redes deixam um espaço disponível para grupos de resgate colocarem animais para adoção. A PetSmart e a Petco não ganham dinheiro com as adoções, mas a lealdade do cliente e já ajudaram 11 milhões de cães e gatos a encontrarem novos lares.

“A vida será melhor quando a satisfação e a necessidade humana não se sustentarem sobre o fundamento da crueldade animal. Não será preciso defender práticas indefensáveis”, escreve Pacelle em seu livro.

Nota do Portal Veganismo: Primeiramente quando organizações como a HSUS / HSI falam de “bem-estar animal” não estão falando do bem-estar do animal em si (que todo animal humano e não-humano deseja) e sim de medidas bem-estaristas que auxiliam a indústria a produzir de maneira mais lucrativa sobre uma vestimenta de “preocupação com os animais”. Trata-se, portanto, de uma palavra usada indevidamente para causar aprovação dos doadores, afinal, o que há de errado no bem-estar dos animais, isso é bom, certo?

Em segundo lugar dizer que o McDonald’s, a empresa mãe da escravidão animal (do capitalismo e da destruição ambiental), fazem mais pelos animais [matando eles] do que abrigos [sérios] que resgatam, cuidam e colocam para adoção é extremamente absurdo.

Em terceiro lugar pragmatismo está longe de ser o que o CEO da Humane Society afirma ser, o nome do que ele pratica é bem-estarismo, flexitarianismo, conformismo com a exploração animal; o discurso bem-estarista é uma afirmação de que os animais, segundo a organização deles, são “coisas” que existem para serem usadas (desde que não sofram de maneira brutal) e é algo que está longe de ser uma atitude de pragmatismo, bom senso ou ética.

Wayne Pacelle fala de bem-estarismo como se fosse uma atitude pragmática e como se o Veganismo e o Abolicionismo Animalista não fossem possíveis de serem praticados hoje, no entanto, o CEO Milionário da HSUS está completamente equivocado.

O Veganismo é uma atitude individual perfeitamente possível de ser praticada por qualquer ser humano que tenha um mínimo de autonomia sobre o que come e consome. O que precisamos é levar essa informação para milhares de pessoas para que torne-se uma prática cada vez mais comum e não escondê-la da sociedade como a HSUS / HSI faz ao promover flexitarianismo.

No que tange ao Abolicionismo Animal (ou a abolição da exploração animal) ela é um processo, assim como toda mudança social importante (criminalização da escravidão humana, direito das mulheres ao voto, etc) e não é por que é um processo histórico que devemos regulamentar ao invés de abolir somente por que a regulamentação (bem-estarismo) é um caminho mais fácil, caminhar para regulamentação não levará ao fim da escravidão animal por razões óbvias, pois estará validando com a força da Lei e perpetuando práticas exploratórias.

O que devemos fazer é estrategicamente abolir as práticas que hoje temos maior facilidade e apoio popular (como circos, testes cosméticos em animais, etc) enquanto concomitantemente educamos a sociedade sobre Veganismo e Direitos Animais e de que todo e qualquer uso dos animais (com muita ou pouca crueldade) é algo contrário aos interesses e direitos deles.

Isso é bom senso, isso é ética, isso é inteligência e pragmatismo, o posicionamento da HSUS é pura e simplesmente uma abordagem comercial para criar selos de qualidade que possam tranquilizar o consumidor ao contribuir com a exploração animal, nada mais nada menos do que uma traição aos animais que eles dizem defender.

A prática do Veganismo por si só é uma atitude rumo à abolição da exploração animal, afinal, é a representação do boicote a produtos e serviços que utilizem animais como propriedade. Curiosamente a HSUS também não recomenda o Veganismo, optando por incentivar o Flexitarianismo (dieta que defende que as pessoas consumam animais por alguns dias da semana).

Diante dessa notícia em que lado você está? Você é abolicionista (a favor dos direitos animais)? Ou bem-estarista (a favor da continuidade do uso de animais para fins diversos desde que com um pouquinho menos de crueldade)? Engaje-se na luta pelos Direitos Animais, informe-se e venha!

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