Recompensa de 30 mil dólares: Justiça para Berta Cáceres
Procura-se o assassino de Berta Cáceres, ativista hondurenha das causas ambientais e indígenas.
O Capitão Paul Watson, fundador da Sea Shepherd Conservation Society, está oferecendo 30 mil dólares por informações que levem à prisão e condenação do criminoso ou dos criminosos que assassinaram a ativista ambiental e das causas indígenas hondurenha, Berta Cáceres.
O assassinato de Berta Cáceres é mais uma morte trágica de uma ativista ambiental na América Latina.
Mãe de quatro filhos e com 42 anos de idade, Cáceres foi morta a tiros em sua própria casa, na quinta-feira, 3 de março.
Sua luta contra a extração ilegal de madeira e seus esforços para impedir a concretização de um projeto de construção de uma represa que trará grave impacto ambiental renderam-lhe muitos inimigos. Foram tantas as ameaças de morte que recebeu, que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos ordenou que medidas preventivas fossem adotadas para resguardar sua vida. Diante disso, o governo de Honduras seria obrigado a protegê-la, mas no dia em que foi morta, era flagrante a ausência de qualquer tipo de segurança.
“O exército tem uma lista, encabeçada por mim, de 18 ativistas de direitos humanos que devem ser eliminados. Eu quero viver. Há muitas coisas que ainda quero fazer neste mundo, mas em nenhuma vez, sequer, considerei a possibilidade de desistir da luta pelo nosso território e por uma vida com dignidade, porque nossa causa é legítima. Eu tomo muito cuidado, mas neste país onde impera a total impunidade, eu fico vulnerável. Quando decidirem me matar, eles o farão”, disse Cáceres à emissora de TV Al Jazira, em 2013.
Em abril de 2015, a organização de direitos humanos Global Witness destacou o caso Cáceres como representativo dos sérios riscos enfrentados pelos ativistas ambientais em Honduras, país que apresenta o maior índice per capita do mundo de assassinatos de ambientalistas e de defensores de direitos territoriais.
Em junho de 2013, o Capitão Watson ofereceu 30 mil dólares pela prisão e condenação dos assassinos do ambientalista e defensor das tartarugas-marinhas costarriquenho, Jairo Mora Sandoval. Sete homens foram presos pelo assassinato, mas foram absolvidos e liberados depois que as provas decisivas do caso foram perdidas pela polícia e pela acusação.
Esperamos que, desta vez, a recompensa oferecida atraia as pessoas que têm informações que possam levar à condenação dos criminosos. As identidades dos que tiverem algum depoimento a oferecer serão preservadas. As informações podem ser encaminhadas para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
“Mais de mil ambientalistas foram assassinados durante a última década e 90% desses crimes permanecem sem solução. Essas estatísticas me deixam extremamente preocupado. A Sea Shepherd tem voluntários trabalhando na proteção das tartarugas-marinhas nas praias de Honduras, Costa Rica e Colômbia. Cada assassinato não solucionado encoraja os que são hostis aos ambientalistas a usar da violência para tentar acabar com a oposição às suas atividades ecologicamente destrutivas”, disse o Capitão Paul Watson.
“Berta Cáceres era uma mulher indígena corajosa e determinada e ela merece justiça. Honduras deve considerar como prioridade máxima a solução desse crime”, complementou Paul Watson.
Fonte: Paul Watson / Tradução: Monika Schorr.
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