19 adultos e sete crianças foram encontradas em situação de trabalho escravo no interior de São Paulo
Uma megaoperação de fiscalização em carvoarias no interior de São Paulo, a cerca de 90 km da capital, flagrou trabalho escravo e trabalho escravo infantil na produção de carvão que abastece os principais supermercados e churrascarias da capital e de cidades do Estado, além de graves infrações ambientais.
‘Quase todo o carvão que vem para os supermercados e churrascarias de São Paulo é oriundo dessa região, onde predomina o trabalho semelhante à escravidão. A operação representou um golpe nessa chaga do estado’, disse o superintendente regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros.
A operação foi realizada por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, procuradores do Ministério Público do Trabalho, mais de 100 agentes da Polícia Rodoviária Federal, técnicos do Instituto Florestal, representantes da Advocacia Geral da União e da Justiça do Trabalho flagraram
Segundo o primeiro balanço parcial da fiscalização, foram identificados 19 casos de exploração de trabalho escravo e dois de trabalho infantil em Piracaia (SP), além de quatro casos de trabalho escravo infantil em Joanópolis (SP) e um em Pedra Bela (SP).
Entre os problemas encontrados pelas equipes estão as condições degradantes a que os trabalhadores estavam submetidos, alguns dormindo em meio ao pó do carvão, fiação expostas, maquinário irregular, exposição a material químico, riscos de acidentes, sem acesso à água potável, sem banheiro ou qualquer equipamento de proteção mesmo trabalhando em ambientes com altíssima temperatura.
Em um dos casos, os salários eram pagos somente a cada três meses. Com isso, eles eram obrigados a fazer dívidas no mercado na cidade. Embora o dono do armazém não tivesse vínculo com o fazendeiro, foram constatadas dependência financeira e necessidade de o trabalhador ficar na região por causa da dívida. ‘O trabalho escravo contemporâneo é caracterizado por jornadas exaustivas, condições ofensivas à dignidade e restrição da liberdade por dívidas contraídas. Tem características mais sutis do que uma visão cinematográfica’, apontou o procurador do Trabalho Tiago Muniz Cavalcante.
Fonte: Repórter Brasil | Notícias MSN
Outros impactos sociais e ambientais podem ser vistos nos links abaixo:
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