Série retrata o cotidiano alimentar e a forma como alguns brasileiros vêem e lidam com os alimentos
NatGeo é um canal de Tv com cobertura na América Latina e transmissão exclusiva para o Brasil, exibindo os mais diversos programas ligados a Cultura, História, entre outros, sempre alfinetando de temas curiosos e impactantes na sociedade. Seguindo essa linha o cineasta Fernando Meirelles (Cidade de Deus), com o diretor-geral Marcelo Machado (Tropicália) encaram o desafio de tratar de criar uma série de documentários intitulados “A verdade de cada um”, a série aborda questões importantes para a sociedade brasileira contemporânea como drogas, meio-ambiente, consumismo, alimentação, e outros temas confrontados pela visão e opinião da população envolvida no tema e não de especialistas.
Sob a ótica de cinco personagens que tem suas vidas modificadas por conta da alimentação, o programa traçou um panorama da importância e da maneira como enxergamos a comida em nossas vidas.
Alexandre e Pedro são irmãos gêmeos e obesos mórbidos. Alexandre busca com a ajuda de uma nutricionista mudar hábitos e encontrar um espaço para cuidar da dieta em sua atribulada agenda. Pedro optou por uma medida mais drástica ao se submeter a uma cirurgia para reduzir a capacidade do estômago. Porém, agora se vê forçado a trocar sua hipercalórica e desregrada dieta por um copo de sopa líquida a cada refeição, sob o risco de morte, caso fuja do regime.
Hadassa também sofre de transtorno alimentar. Com anorexia nervosa desde a adolescência, passar dias em absoluto jejum é natural para a jovem que tem aversão à comida.
Bruno e Clébia encaram suas dietas como filosofia de vida. Bruno é vegano frugívoro se alimenta apenas de frutas e vegetais crus, sem tempero, em busca de uma vida mais saudável e ecologicamente correta.
Clébia se alimenta de forma funcional. Carboidratos, proteínas e suplementos alimentares são rigorosamente ingeridos de maneira a aumentar a massa muscular da professora de educação física, aspirante a fisiculturista.
Ao acompanhar como a alimentação interfere de forma marcante na vida dessas pessoas, percebemos como a escolha do alimento está muito além da necessidade básica de saciar a fome e sim na forma com que cada um lida e interpreta os alimentos.
Alguns dados importantes:
• Em 40 anos o numero de jovens obesos no Brasil cresceu a quase 600%
• Em 10 anos atingiremos o mesmo nível de obesos que os Estados Unidos, o país mais obeso do mundo.
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Algumas explicações fundamentais a cerca da dieta vegana retratada na série:
Primeiramente, o entrevistado Bruno Azambuja segue uma dieta vegana frugívora, portanto, não devemos confundir a dieta frugívora de Bruno com uma alimentação vegana tradicional, baseada no consumo de todos alimentos de origem vegetal disponíveis, diferente do frugívorismo que é baseado em frutas, verduras, legumes e algumas sementes e castanhas.
Em segundo caso, a mulher vegetariana das rugas citada no episódio provavelmente deve ser a nutricionista e apresentadora de Tv escocesa Gillian McKeith que possui uma dieta vegetariana orgânica e foi comparada a chef de cozinha Nigella Lawson que possui uma alimentação onívora, porém, não podemos definir os benefícios de uma dieta através da aparência externa e padrões estéticos de beleza (afinal, alimentação interfere mais internamente), além do mais, as rugas podem se formar devido a expressões, fatores genéticos e existem até mesmo rugas relacionadas ao ambiente em que a pessoa vive, caso seja um local seco.
Ao final do episódio Alexandre Denofrio defende o uso de uma alimentação regrada, ou seja, “mais do mesmo”, o padrão brasileiro sustentado pelo conservadorismo (ou comodismo) que resulta em informação, mas não instiga as pessoas a tomarem ação, defender uma alimentação onde se deve variar “de tudo um pouco”, incluindo animais e derivados, é a mesma coisa de aniquilar todo tipo de informação médica já estudada em relação a nutrição humana, devemos tratar a alimentação pelo peso que de fato ela tem na realidade da sociedade, seu aspecto nutricional (o que não quer dizer que não seja saborosa) e seu aspecto social, os alimentos tem impactos ambientais, tem fatores socias, econômicos, éticos e por isso, defendemos uma alimentação vegana, pois é mais eficiente em todos esses requesitos, sendo uma alimentação democrática, eficaz, sustentável e barata.
• Vitamina B12 é uma das mais “polêmicas” dentro do veganismo, alguns veganos não se preocupam com ela, outros suplementam, mas a questão é que essa vitamina é importante para todos, sua deficiência não é uma particularidade do veganismo como geralmente é retratado, inclusive 40% dos onívoros possuem deficiência dela.
• Ferro é mais um grande mito que cerca a dieta, pode ser muito bem encontrado em fontes vegetais através de vegetais verde-escuros, lentilha, soja, melaço da cana, entre outros, a absorção pode ser potencializada se em combinação for usado alimentos que contenham vitamina C.
• Zinco alguns vegetarianos ou veganos podem ter problema com zinco, mas isso se dá por uma dieta não feita corretamente e não por um deficiência de uma dieta baseada em vegetais, o zinco pode ser encontrado no feijão, no tofu, grão-de-bico, nas ervilhas, nos frutos secos (como caju, noz, amendoins), sementes de girassol, de chia e flocos de aveia.
• Ômega 3 pode ser muito bem encontrada e consumida através da linhaça, chia, couve-flor, nozes, azeite de oliva, couve-de-bruxelas, mas para sabermos mais detalhes a respeito, recomendamos este artigo intitulado “A Importância do Ômega-3 na Dieta Vegetariana” e “B12 e Ômega-3: Importantes na Dieta Vegana” do Dr. George Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas.
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